“Sobrevivemos porque em vez de olhar o presente, pensamos o futuro” – Não pensei que encontraria uma pessoa tão humilde e animada. Fiquei muito feliz e com a animação renovada para ir para Ruanda.

Scholastique Mukasonga é uma ruandesa que vive na França,divulgando a história do seu país por meio da literatura. Atualmente a autora tem três livros traduzidos para o português, pela editora Nós: Baratas, livro autobiográfico o qual sua experiência durante o genocídio; Nossa Senhora do Nilo, uma narrativa que é desenvolvida no cenário da guerra civil ruandesa; e A Mulher dos Pós Descalços, um romance sobre sua mãe Stefania. Os livros tem um design de capa muito interessante, ‘combinando’ com o que o livro pretende passar: esperança e o dever da memória de outras pessoas que não tiveram chance de estarem aqui para contar.
Fiquei muito feliz de ter a oportunidade de vê-la na Feira do Livro de Porto Alegre. O primeiro encontro foi num bate-papo. Tinha que chegar antes para pegar as fichas, senão eu não conseguia entrar no teatro. Fiquei nervosa, porque queria muito ver o que ela tinha para dizer. Foi incrível escuta-la, vê-la falando de genocídio, da simbologia deste evento para ela, das histórias dos seus livros.
Quando terminou, eu vi que outras pessoas estavam lá, falando com ela no palco. Eu fiquei de butuca olhando e pensando se eu poderia falar com ela. Esperei por alguns minutos e puxei Letícia para ir comigo lá falar com ela e tirar uma foto (vai que eu não conseguia fazer isso quando eu fosse assinar o livro?). E descobri que ela não falava ingleeees, hahahahaha. Mas o ruandês que trabalhava com ela falava inglês e me ajudou. Eu tinha mandado uma mensagem dia anterior dizendo seja bem vinda a Porto Alegre!
Ela foi muito gentil, falei que já estive em Ruanda e que queria ir pra lá de novo. Ela falou que eu parecia com uma ruandesa. Tentamos conversar um pouco como podíamos, mas já já seria a sessão de autógrafos, então eu e minhas amigas nos direcionamos para lá e nos deparamos com uma fila enooorme! De qualquer forma, chegamos até ela e foi muito lindo, ela é realmente muito fofa. Disse que estava me esperando em Ruanda e eu gostaria sim de encontrá-la quando eu estiver por lá.
Ainda não terminei de ler os livros dela, comecei com A Mulher dos Pés Descalços porque, da forma como ela contou sobre o livro, me deixou muito curiosa e tocada para conhecer mais sobre sua mãe e entender mais sobre as chagas do genocídio. É um livro forte, que prende a atenção e que me faz pensar nos amigos que fiz em Ruanda, com saudade.